Com sofisticação e técnica vocais, Johnny Alf (Alfredo José da Silva), precursor da bossa nova, seduz artistas e fãs. Suas canções já receberam várias gravações. Além daqueles cancionistas que se inspiram nas peças de Alf para compor novas canções. Como Lulu Santos, com "Um certo alguém" e Caetano Veloso, com "Amor mais que discreto", por exemplo.
Estudante de piano clássico desde cedo, Johnny Alf encontrou em George Gershwin e Cole Porter os mestres perfeitos para criar seu jeito próprio de cantar e se portar. O swingue da voz de Alf, e de seu piano, enriquece as letras introspectivas de seu cancioneiro. Há certa melancolia, certa fragilidade, no sujeito cantado por Alf.
"Ilusão à toa", de Johnny Alf, do disco Rapaz de bem (1961), exemplifica isso. Embalada por uma melodia onírica, a letra em primeira pessoa mostra um sujeito que se apraz simplesmente com a proximidade de um "certo alguém".
Os efeitos colaterais da presença (e da ausência) do outro fazem o sujeito da canção quase vacilar e se entregar pois, nem de leve o outro sabe que o sujeito o quer. Eis que o canto é uma ilusão à toa: cantando ele imagina ter o outro para si; na canção os dois se amam.
O amor por algum motivo não deve ser revelado. Precisa ficar guardado no campo do pensamento e da vontade: é platônico, ou seja, estimula porque não se consome. "É um amor que eu guardo há muito dentro em mim", diz.
Isso tudo luta contra a vida exuberante que a presença do outro promove. A voz do coração não aceita limites. É ele quem canta o outro, já que o sujeito está impedido pela discrição necessária ao seu tipo de amor. "Sim, amor discreto pra uma só pessoa. Pois nem de leve sabes que eu te quero. E me apraz essa ilusão à toa".
Estudante de piano clássico desde cedo, Johnny Alf encontrou em George Gershwin e Cole Porter os mestres perfeitos para criar seu jeito próprio de cantar e se portar. O swingue da voz de Alf, e de seu piano, enriquece as letras introspectivas de seu cancioneiro. Há certa melancolia, certa fragilidade, no sujeito cantado por Alf.
"Ilusão à toa", de Johnny Alf, do disco Rapaz de bem (1961), exemplifica isso. Embalada por uma melodia onírica, a letra em primeira pessoa mostra um sujeito que se apraz simplesmente com a proximidade de um "certo alguém".
Os efeitos colaterais da presença (e da ausência) do outro fazem o sujeito da canção quase vacilar e se entregar pois, nem de leve o outro sabe que o sujeito o quer. Eis que o canto é uma ilusão à toa: cantando ele imagina ter o outro para si; na canção os dois se amam.
O amor por algum motivo não deve ser revelado. Precisa ficar guardado no campo do pensamento e da vontade: é platônico, ou seja, estimula porque não se consome. "É um amor que eu guardo há muito dentro em mim", diz.
Isso tudo luta contra a vida exuberante que a presença do outro promove. A voz do coração não aceita limites. É ele quem canta o outro, já que o sujeito está impedido pela discrição necessária ao seu tipo de amor. "Sim, amor discreto pra uma só pessoa. Pois nem de leve sabes que eu te quero. E me apraz essa ilusão à toa".
***
Ilusão à toa
(Johnny Alf)
Eu acho engraçado
Quando um certo alguém
Se aproxima de mim
Trazendo exuberância
Que me extasia
Meus olhos sentem
Minhas mãos transpiram
É um amor que eu guardo há muito
Dentro em mim
E é a voz do coração que canta assim
Assim
Olha, somente um dia
Longe dos teus olhos
Trouxe a saudade do amor tão perto
E o mundo inteiro fez-se tão tristonho
Mas embora agora eu tenha perto
Eu acho graça do meu pensamento
A conduzir o nosso amor discreto
Sim, amor discreto pra uma só pessoa
Pois nem de leve sabes que eu te quero
E me apraz essa ilusão à toa
(Johnny Alf)
Eu acho engraçado
Quando um certo alguém
Se aproxima de mim
Trazendo exuberância
Que me extasia
Meus olhos sentem
Minhas mãos transpiram
É um amor que eu guardo há muito
Dentro em mim
E é a voz do coração que canta assim
Assim
Olha, somente um dia
Longe dos teus olhos
Trouxe a saudade do amor tão perto
E o mundo inteiro fez-se tão tristonho
Mas embora agora eu tenha perto
Eu acho graça do meu pensamento
A conduzir o nosso amor discreto
Sim, amor discreto pra uma só pessoa
Pois nem de leve sabes que eu te quero
E me apraz essa ilusão à toa
3 comentários:
foi a primeira música que vc escutou mesmo? ou uma homenagem?
alf trará saudades.
Pasmen! Foi a primeira música, mesmo.
Me emocionei bastante.
Ele, sem dúvida, deixa saudades imensas.
Esta é uma das músicas mais lindas que conheço,principalmente na versão da elis,vide youtube,cantando sozinha.acho que todo homossexual,assim como ele e eu,já viveu situação parecida.
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