O sentimento da saudade - a distância entre os amantes - já deu boas canções. A sensação da ausência do objeto de desejo é dolorosa e inspiradora. Mas, para os corações românticos, nada parece separar quem deseja estar junto.
É com esse mote que "Eu te amo, te amo, te amo", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, guardada no disco O inimitável (1968), expressa o incômodo do sujeito que quer declarar o amor pelo outro distante. Mas quer fazer isso sem artifícios.
As cartas só ampliam o desejo do encontro e o desespero do sujeito, elas já não servem mais de consolo diante da urgência de um amor tão quente que se reitera: eu te amo, te amo, te amo. Cabe lembrar que em um passado não muito distante houve um tempo em que o coração disparava com a chegada do carteiro. Hoje é o email que descompassa o músculo involuntário.
Na urgência de declarar o desejo, o sujeito da canção corre para o telefone. Ele quer a oportunidade de, ao menos, falar "Eu te amo". Interessante perceber o uso dos meios de comunicação: cartas, telefones são instrumentos a serviço do amor.
Em determinado retorno do refrão a voz de Roberto Carlos parece ter sido captada do telefone, apontando para a harmonia entre a mensagem da letra e a forma de apresentação da canção. Mas nada substitui a fala direta do sujeito: a voz que diz "eu te amo".
A fala vira canto. O sujeito entoa o amor pelo outro. Ele quer e precisa ouvir a voz de sua sereia, a fim de não se perder e morrer. Para o ouvinte, o bom é sentir as energias do sujeito mudarem à mera expectativa de retorno do outro: "o dia que eu puder lhe encontrar eu quero contar o quanto sofri por todo esse tempo que eu quis lhe falar", diz. Sabe-se lá o que é ser sereia e não ter um outro por quem cantar?
É com esse mote que "Eu te amo, te amo, te amo", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, guardada no disco O inimitável (1968), expressa o incômodo do sujeito que quer declarar o amor pelo outro distante. Mas quer fazer isso sem artifícios.
As cartas só ampliam o desejo do encontro e o desespero do sujeito, elas já não servem mais de consolo diante da urgência de um amor tão quente que se reitera: eu te amo, te amo, te amo. Cabe lembrar que em um passado não muito distante houve um tempo em que o coração disparava com a chegada do carteiro. Hoje é o email que descompassa o músculo involuntário.
Na urgência de declarar o desejo, o sujeito da canção corre para o telefone. Ele quer a oportunidade de, ao menos, falar "Eu te amo". Interessante perceber o uso dos meios de comunicação: cartas, telefones são instrumentos a serviço do amor.
Em determinado retorno do refrão a voz de Roberto Carlos parece ter sido captada do telefone, apontando para a harmonia entre a mensagem da letra e a forma de apresentação da canção. Mas nada substitui a fala direta do sujeito: a voz que diz "eu te amo".
A fala vira canto. O sujeito entoa o amor pelo outro. Ele quer e precisa ouvir a voz de sua sereia, a fim de não se perder e morrer. Para o ouvinte, o bom é sentir as energias do sujeito mudarem à mera expectativa de retorno do outro: "o dia que eu puder lhe encontrar eu quero contar o quanto sofri por todo esse tempo que eu quis lhe falar", diz. Sabe-se lá o que é ser sereia e não ter um outro por quem cantar?
***
Eu te amo, te amo, te amo
(Roberto Carlos / Erasmo Carlos)
Tanto tempo longe de você
Quero ao menos lhe falar
A distância não vai impedir
Meu amor de lhe encontrar
Cartas já não adiantam mais
Quero ouvir a sua voz
Vou telefonar dizendo
Que eu estou quase morrendo
De saudade de você
Eu te amo, eu te amo, eu te amo
Eu não sei por quanto tempo eu
Tenho ainda que esperar
Quantas vezes eu até chorei
Pois não pude suportar
Para mim não adianta
Tanta coisa sem você
E então me desespero
Por favor meu bem eu quero
Sem demora lhe falar
Eu te amo, eu te amo, eu te amo
Mas o dia que eu puder lhe encontrar
Eu quero contar o quanto sofri
Por todo esse tempo
Que eu quis lhe falar
Eu te amo, eu te amo, eu te amo
(Roberto Carlos / Erasmo Carlos)
Tanto tempo longe de você
Quero ao menos lhe falar
A distância não vai impedir
Meu amor de lhe encontrar
Cartas já não adiantam mais
Quero ouvir a sua voz
Vou telefonar dizendo
Que eu estou quase morrendo
De saudade de você
Eu te amo, eu te amo, eu te amo
Eu não sei por quanto tempo eu
Tenho ainda que esperar
Quantas vezes eu até chorei
Pois não pude suportar
Para mim não adianta
Tanta coisa sem você
E então me desespero
Por favor meu bem eu quero
Sem demora lhe falar
Eu te amo, eu te amo, eu te amo
Mas o dia que eu puder lhe encontrar
Eu quero contar o quanto sofri
Por todo esse tempo
Que eu quis lhe falar
Eu te amo, eu te amo, eu te amo
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