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22 março 2010

81. Chapéu-mangueira

A força do carnaval de rua da cidade do Rio de Janeiro é cada vez mais evidente. Até as marchinhas estão voltando a agradar os foliões e incitando a mente de novos cancionistas. Mas são os blocos que têm arrastado multidões pelas ruas cheias de história do Rio.
Destes blocos têm surgido alguns grupos que trabalham o ano inteiro por um momento de sonho. É o caso do conjunto Bangalafumenga, cuja origem vem do bloco de mesmo nome. A apresentação ao vivo do Bangalafumenga é extasiante e dá a sensação de que o carnaval (a festa do ser e não ser) não tem fim.
O disco Barraco dourado (2009), gravado em estúdio, não tem a vontade de guardar a energia de um ao vivo. Por isso, consegue ser melodicamente rico (mistura funk, samba e outros balanços cariocas) e sensoralmente empático.
A canção "Chapéu-mangueira", de Rodrigo Maranhão, é um convite odara: ao ser e estar de bem consigo mesmo. Um convite simples, mas arrebatador, à dança (que controla o medo, que desembaraça e controla os nervos).
"Chapéu-mangueira" une a fé (que alimenta o alto da ladeira) e a dança (momento de êxtase do corpo) para celebrar a vida. A citação à rua Ary Barroso não é em vão, afinal foi ele quem cantou à aquarela do Brasil; à baiana do tabuleiro; à morena boca de ouro. Todas um luxo só na batucada da vida acionada pelo som do Bangalafumenga.

***

Chapéu-mangueira
(Rodrigo Maranhão)

Dance para controlar o medo
Dance para desembaraçar
Dance qualquer hora logo cedo
Em qualquer lugar

Dance para controlar os nervos
E só pare para descansar
Dez e vinte ela vai chegar
Na rua Ary Barroso
Bem perto do mar (do mar)

Que vai dar lá no chapéu
Aonde o povo dança com fé
Babilônia
No alto da ladeira
Estarei por lá
Lá no Chapéu
Chapéu Mangueira

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