Na era da mobilidade, a possibilidade de transitar por diversos lugares amplia as chances de contato entre as pessoas e, consequentemente, as paixões entre indivíduos de origens diferentes.
"Eu não sou daqui" (Wilson Batista e Ataufo Alves) e "Acontece que eu sou baiano", de Dorival Caymmi, são dois bons exemplos disso.
Na primeira temos um sujeito (estrangeiro e forasteiro do que vê e ouve, já que parece assustado ao ser "cantado" na capital do rio de Janeiro) recusando o amor de alguém, pois sendo da terra de Araribóia (Niterói-RJ) é lá que seu coração está empenhado. Ele se apressa para pegar a barca e retornar para quem lhe quer.
Já em "Acontece que eu sou baiano", por outro lado, temos um sujeito (também fora de sua terra natal) que se depara com uma mulher dona de um requebrado parecido com o das mulheres (toda menina baiana tem um jeito que Deus dá) de seu lugar.
Aqui, o sujeito se deixa enfeitiçar, apesar de sugerir o contrário (com o uso de bênçãos e proteções). Sendo ele do lugar onde há tanta mulher assim, ela desperta o fascínio exatamente por consegui ser diferente, mas igual. O semelhante (requebrado pro lado) oferece paz ao sujeito que veio de longe e o diferente (UM requebrado pro lado) dá a dose de mistério necessária à paixão e ao desejo.
Famoso na época dos cassinos e por acompanhar Carmen Miranda em algumas apresentações, o grupo carioca Anjos do inferno (nome que parodia a orquestra Diabos do céu, de Pixinguinha) emprestam à canção o tom malemolente (e de receio) que ela pede.
O disco Brasil Pandeiro (1963), através de Léo Villar (integrante do grupo), reúne algumas das grandes interpretações do Anjos do inferno e é uma preciosidade.
Na primeira temos um sujeito (estrangeiro e forasteiro do que vê e ouve, já que parece assustado ao ser "cantado" na capital do rio de Janeiro) recusando o amor de alguém, pois sendo da terra de Araribóia (Niterói-RJ) é lá que seu coração está empenhado. Ele se apressa para pegar a barca e retornar para quem lhe quer.
Já em "Acontece que eu sou baiano", por outro lado, temos um sujeito (também fora de sua terra natal) que se depara com uma mulher dona de um requebrado parecido com o das mulheres (toda menina baiana tem um jeito que Deus dá) de seu lugar.
Aqui, o sujeito se deixa enfeitiçar, apesar de sugerir o contrário (com o uso de bênçãos e proteções). Sendo ele do lugar onde há tanta mulher assim, ela desperta o fascínio exatamente por consegui ser diferente, mas igual. O semelhante (requebrado pro lado) oferece paz ao sujeito que veio de longe e o diferente (UM requebrado pro lado) dá a dose de mistério necessária à paixão e ao desejo.
Famoso na época dos cassinos e por acompanhar Carmen Miranda em algumas apresentações, o grupo carioca Anjos do inferno (nome que parodia a orquestra Diabos do céu, de Pixinguinha) emprestam à canção o tom malemolente (e de receio) que ela pede.
O disco Brasil Pandeiro (1963), através de Léo Villar (integrante do grupo), reúne algumas das grandes interpretações do Anjos do inferno e é uma preciosidade.
***
Acontece que eu sou baiano
(Dorival Caymmi)
Acontece que eu sou baiano
Acontece que ela não é
Tem um requebrado pro lado
Minha Nossa Senhora
Meu Senhor São José
Tem um requebrado pro lado
Minha Nossa Senhora
E ninguém sabe o que é
Há tanta mulher no mundo
Só não casa quem não quer
Porque é que eu vim de longe
Pra gostar dessa mulher?
Essa que tem um requebrado pro lado
Minha Nossa Senhora
Meu Senhor São José
Essa que tem um requebrado pro lado
Minha Nossa Senhora
E ninguém sabe o que é
Já plantei na minha porta
Um pezinho de guiné
Já chamei um pai-de-santo
Pra benzê essa mulher
Acontece que eu sou baiano
(Dorival Caymmi)
Acontece que eu sou baiano
Acontece que ela não é
Tem um requebrado pro lado
Minha Nossa Senhora
Meu Senhor São José
Tem um requebrado pro lado
Minha Nossa Senhora
E ninguém sabe o que é
Há tanta mulher no mundo
Só não casa quem não quer
Porque é que eu vim de longe
Pra gostar dessa mulher?
Essa que tem um requebrado pro lado
Minha Nossa Senhora
Meu Senhor São José
Essa que tem um requebrado pro lado
Minha Nossa Senhora
E ninguém sabe o que é
Já plantei na minha porta
Um pezinho de guiné
Já chamei um pai-de-santo
Pra benzê essa mulher
Um comentário:
Muito legal o seu projeto, sucesso.
Bem, qualquer coisa eu estarei em meu blog (http://jefhcardoso.blogspot.com), onde falei sobre os dois dias que nos resta de vida.
Abraço do Jefhcardoso.
Postar um comentário