"Eu só sei amar assim" (Bossa, 2001) é a voz do sujeito sempre insatisfeito com as possibilidades que o amor lhe apresenta. Sempre, e cada vez mais, fugidio, sempre algo que mina e escapa, sempre indefinível, o amor, desse jeito, não satisfaz mais o sujeito.
A letra curta, mas precisa, joga com as oposições "muito" e "nada" (excesso e falta / saber e desconhecer) para desenhar a inadaptação do ser diante do que o mundo lhe oferece; diante da falta (pelo excesso) de algo/alguém, de fato, seu.A contemporaneidade, com suas inúmeras opções de amor, também gera a angústia da indecisão. Não é fácil escolher. E escolher é imperativo, sempre. Ou não?
Ou seja, por mais plural, e talvez por isso mesmo, que o amor tenha se desenvolvido em suas expressões, o sujeito pontua o "seu jeito de amar". Diante da liberdade afetiva conquistada, ele se cansa do excesso e "exige" do outro "cada gesto, cada palavra, cada segundo da suas atenção". Cansado de sofrer, o coração se permite pensar que o amor pode, de repente, chegar e levar a dor "pra longe daqui". Afinal, "pra que rimar amor e dor?"
Podemos pensar no chamado (e malfadado) "amor romântico" querendo persistir no espaço da diversidade das parcerias e afetos. Podemos ouvir o sussurro absurdo desta insistência do "amor algo exclusivista" no desabafo ("Sabe, gente, é tanta coisa pra gente saber. O que falar, como andar, onde ir, o que dizer, o que calar, a quem querer...") do sujeito: "estou cansada de ouvir que eu só sei amar errado, estou cansada de me dividir".
Ele, que não sabe o que falar, calar ou querer do amor, mostra suas "limitações" e suas regras do jogo amoroso: "Eu quero te dizer que eu só sei amar assim". Cabe ao outro, também, aceitar, ou não, a sinceridade e, mais ainda, a verdade do sujeito. O recado foi dado.
Ou seja, por mais plural, e talvez por isso mesmo, que o amor tenha se desenvolvido em suas expressões, o sujeito pontua o "seu jeito de amar". Diante da liberdade afetiva conquistada, ele se cansa do excesso e "exige" do outro "cada gesto, cada palavra, cada segundo da suas atenção". Cansado de sofrer, o coração se permite pensar que o amor pode, de repente, chegar e levar a dor "pra longe daqui". Afinal, "pra que rimar amor e dor?"
Podemos pensar no chamado (e malfadado) "amor romântico" querendo persistir no espaço da diversidade das parcerias e afetos. Podemos ouvir o sussurro absurdo desta insistência do "amor algo exclusivista" no desabafo ("Sabe, gente, é tanta coisa pra gente saber. O que falar, como andar, onde ir, o que dizer, o que calar, a quem querer...") do sujeito: "estou cansada de ouvir que eu só sei amar errado, estou cansada de me dividir".
Ele, que não sabe o que falar, calar ou querer do amor, mostra suas "limitações" e suas regras do jogo amoroso: "Eu quero te dizer que eu só sei amar assim". Cabe ao outro, também, aceitar, ou não, a sinceridade e, mais ainda, a verdade do sujeito. O recado foi dado.
***
Eu só sei amar assim (Herbert Vianna)
Muito pra mim é nada
Tudo pra mim não basta
Eu quero cada gesto, cada palavra
Cada segundo da sua atenção
Faça isso por mim
Leve a dor pra longe daqui
Estou cansada de ouvir
Que eu só sei amar errado
Estou cansada de me dividir
O que é certo no amor
Quem é que vai dizer
O que falar, calar e querer
Eu quero absurdos, quero amor sem fim
Eu quero te dizer que só sei amar assim
Eu só sei amar assim (Herbert Vianna)
Muito pra mim é nada
Tudo pra mim não basta
Eu quero cada gesto, cada palavra
Cada segundo da sua atenção
Faça isso por mim
Leve a dor pra longe daqui
Estou cansada de ouvir
Que eu só sei amar errado
Estou cansada de me dividir
O que é certo no amor
Quem é que vai dizer
O que falar, calar e querer
Eu quero absurdos, quero amor sem fim
Eu quero te dizer que só sei amar assim
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