Lançado pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, Quando fevereiro chegar - Uma lírica de Fausto Nilo (2010) é uma pérola de tão raro e bonito.
As 12 gravações, feitas por participações de Elza Soares, Fernanda Takai, Ivan Lins, Zeca Baleiro, Carlinhos Brown, Zé Ramalho, entre outros, valorizam as sutis e belas composições (algumas em parceria) de Fausto Nilo.
Uma homenagem mais do que merecida, necessária, para um país tão carnavalesco e carnavalizante (com seu multiculturalismo tropical) como o nosso.
As 12 gravações, feitas por participações de Elza Soares, Fernanda Takai, Ivan Lins, Zeca Baleiro, Carlinhos Brown, Zé Ramalho, entre outros, valorizam as sutis e belas composições (algumas em parceria) de Fausto Nilo.
Uma homenagem mais do que merecida, necessária, para um país tão carnavalesco e carnavalizante (com seu multiculturalismo tropical) como o nosso.
Ouvir Quando fevereiro chegar é perceber a proximidade do bloco do prazer e deixar o barco correr solto, atravessar os sete mares para curtir o chamego do nêgo. E é exatamente o que o sujeito de "Coisa acesa" faz.
Interpretada por Caetano Veloso, com a desenvoltura de quem já compôs frevos imortais (o disco Muitos carnavais atesta isso), "Coisa acesa" virou um frevo-canção. Ela tem a pulsação (o tema) do ritmo que sacode os corpos pelas ruas antigas (fazendo as pedras cantar e a coisa acender), mas combinada com o "q" de dengo e de chamego (nêgo pára, mas não pára não) que figurativiza as aproximações e charmes dos foliões.
Ou seja, o sujeito desenhado por Caetano investe mais no texto (rimas e imagens) para compor um sujeito que no jogo do pára, não pára, se embala e se embola com seu nêgo, enquanto a terça certa não chega.
O cancioneiro de nosso carnaval é riquíssimo e plural, as composições de Fausto Nilo apontam isso. Recuperar e religa-lo aos novos ouvidos é tarefa (prazerosa) e imprescindível.
Interpretada por Caetano Veloso, com a desenvoltura de quem já compôs frevos imortais (o disco Muitos carnavais atesta isso), "Coisa acesa" virou um frevo-canção. Ela tem a pulsação (o tema) do ritmo que sacode os corpos pelas ruas antigas (fazendo as pedras cantar e a coisa acender), mas combinada com o "q" de dengo e de chamego (nêgo pára, mas não pára não) que figurativiza as aproximações e charmes dos foliões.
Ou seja, o sujeito desenhado por Caetano investe mais no texto (rimas e imagens) para compor um sujeito que no jogo do pára, não pára, se embala e se embola com seu nêgo, enquanto a terça certa não chega.
O cancioneiro de nosso carnaval é riquíssimo e plural, as composições de Fausto Nilo apontam isso. Recuperar e religa-lo aos novos ouvidos é tarefa (prazerosa) e imprescindível.
***
Coisa acesa
(Fausto Nilo / Moraes Moreira)
Atravessei os sete mares
e por todos os lugares
por onde andei
você me dava a vida
foi uma dádiva da natureza
essa coisa acesa
que hoje vejo em ti
não acredito
nem que o mundo chora
foi bonito agora
vi você sorrir
Chega nêgo, nêgo, nêgo, nêgo
nêgo, nêgo, pára
chega nêgo, nêgo, nêgo
seu chamego para mim
tudo que me
dá sossego
é assim
chega nêgo, nêgo, nêgo
vem pra mim
Coisa acesa
(Fausto Nilo / Moraes Moreira)
Atravessei os sete mares
e por todos os lugares
por onde andei
você me dava a vida
foi uma dádiva da natureza
essa coisa acesa
que hoje vejo em ti
não acredito
nem que o mundo chora
foi bonito agora
vi você sorrir
Chega nêgo, nêgo, nêgo, nêgo
nêgo, nêgo, pára
chega nêgo, nêgo, nêgo
seu chamego para mim
tudo que me
dá sossego
é assim
chega nêgo, nêgo, nêgo
vem pra mim
Um comentário:
Vale dizer que a versão original,com moraes moreira,é uma perfeição.
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