Merecida celebração da obra de Humberto Teixeira, o documentário O homem que engarrafava nuvens reposiciona a contribuição que o doutor do baião ofereceu à canção brasileira. Dentre os números musicais do filme a singularíssima versão em inglês de David Byrne para "Asa branca", de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, merece destaque.
A híbrida e bilíngue versão está registrada na participação que Byrne fez no disco Bonfires of São João (2006), da banda Forró in the dark.
Formada por Mauro Refosco (percussão), Jorge Continentino (flautas, pífanos, sax barítono), Smokey Hormel (baixo, guitarra), Guilherme Monteiro (guitarra elétrica, violão tenor, violão), Gilmar Gomes e Davi Vieira (percussão) - brasileiros residentes nos Estados Unidos - a banda criou um jeito próprio de forrozar e tem difundido os ritmos nordestinos nos circuitos moderninhos do mundo. Confirmando que não só de importações vive a canção popular brasileira: há as exportações.
Bonfires of São João é uma homenagem à influência que o forró (e seus derivados) exerce sobre a canção brasileira e, quiçá, mundial. Os meninos equilibram e imprimem humor (inventividade) e respeito (familiaridade), tanto no uso dos intrumentos (do pífano à guitarra), quanto na performance, sem perder de vista a essência do ritmo, com seus complexos níveis de percurssão.
Há em cada canção um frescor libertário; um desejo pela liberdade da canção e do ouvinte. Dito de outro modo, há uma vontade de restituir à canção sua característica maior de tirar o ouvinte do lugar comum e arremessa-lo nas musicalidades da vida.
A performance tropicalista de David Byrne exemplifica como as estruturas (raízes?) de extratos culturais diferentes podem se misturar sem perder a originalidade. Misturar, mobilizar-se, para permanecer vivo, afinal, parece ser a mensagem da canção que canta o retorno do sujeito à sua Rosinha, apesar da judiação divina.
A híbrida e bilíngue versão está registrada na participação que Byrne fez no disco Bonfires of São João (2006), da banda Forró in the dark.
Formada por Mauro Refosco (percussão), Jorge Continentino (flautas, pífanos, sax barítono), Smokey Hormel (baixo, guitarra), Guilherme Monteiro (guitarra elétrica, violão tenor, violão), Gilmar Gomes e Davi Vieira (percussão) - brasileiros residentes nos Estados Unidos - a banda criou um jeito próprio de forrozar e tem difundido os ritmos nordestinos nos circuitos moderninhos do mundo. Confirmando que não só de importações vive a canção popular brasileira: há as exportações.
Bonfires of São João é uma homenagem à influência que o forró (e seus derivados) exerce sobre a canção brasileira e, quiçá, mundial. Os meninos equilibram e imprimem humor (inventividade) e respeito (familiaridade), tanto no uso dos intrumentos (do pífano à guitarra), quanto na performance, sem perder de vista a essência do ritmo, com seus complexos níveis de percurssão.
Há em cada canção um frescor libertário; um desejo pela liberdade da canção e do ouvinte. Dito de outro modo, há uma vontade de restituir à canção sua característica maior de tirar o ouvinte do lugar comum e arremessa-lo nas musicalidades da vida.
A performance tropicalista de David Byrne exemplifica como as estruturas (raízes?) de extratos culturais diferentes podem se misturar sem perder a originalidade. Misturar, mobilizar-se, para permanecer vivo, afinal, parece ser a mensagem da canção que canta o retorno do sujeito à sua Rosinha, apesar da judiação divina.
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Asa branca
(Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira / David Byrne)
When I heard the land was burning
Like the bonfires of São João
I asked God up there in His heaven
What is happening to us now?
What a hellfire, what a furnace,
Not a tree was left alive
And all my cattle, they lay there dying
Even my horse, dear, did not survive
And the white winged dove has flown now,
Far away from this burnt land
And so I say now, adeus Rosinha,
Know in my heart I’ll be back again
(Então eu disse adeus rosinha
Guarda contigo meu coração)
Now I live in this big city,
Such a long, long way away
But when I hear that the rain is falling,
Back to my home I’ll return someday
And the land one day will blossom,
Like the green that’s in your eyes
And I assure you, my dear Rosinha,
I will be back here, right by your side
(Eu te asseguro não chores não, viu?
Que eu voltarei, viu, meu coração)
(Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira / David Byrne)
When I heard the land was burning
Like the bonfires of São João
I asked God up there in His heaven
What is happening to us now?
What a hellfire, what a furnace,
Not a tree was left alive
And all my cattle, they lay there dying
Even my horse, dear, did not survive
And the white winged dove has flown now,
Far away from this burnt land
And so I say now, adeus Rosinha,
Know in my heart I’ll be back again
(Então eu disse adeus rosinha
Guarda contigo meu coração)
Now I live in this big city,
Such a long, long way away
But when I hear that the rain is falling,
Back to my home I’ll return someday
And the land one day will blossom,
Like the green that’s in your eyes
And I assure you, my dear Rosinha,
I will be back here, right by your side
(Eu te asseguro não chores não, viu?
Que eu voltarei, viu, meu coração)
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