Em uma interpretação cheia de ruídos e gritos (Gal Costa estabelece uma relação dual com a distorção de uma guitarra elétrica), "Meu nome é Gal" se tornou a assinatura definitiva da performance vocal da cantora. Ou seja, do modo como Gal derramava o leite bom na cara dos caretas.
"Meu nome é Gal", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, do disco Gal Costa (1969), é a mais completa tradução do desejo e da prática de afirmação da vida: de ser dissonante, mas igual; e de romper com a imagem algo apolínea e asséptica do Brasil que a Ditadura Militar tentava impor.
É interesse observar que esta canção-presente não poderia vir de outros senão de Roberto e Erasmo, dupla rechaçada pelos nacionalistas de então. O recado de que "o amor é livre" ecoa quando o sujeito-Gal relaciona seus gostos e vontades.
Gal se torna a sereia de si: cria uma personagem que se mistura ao indivíduo social, borrando as fronteiras entre ficção e realidade; ou melhor, indiciando a contaminação que vai de uma para a outra instância.
Pela pluralidade de referências, a canção reforça o colorido do disco (atiçado já na capa psicodélica) e lança o ouvinte no turbilhão subjetivo (festa do interior) do sujeito que teima em reafirmar seu nome, diante de algo que tenta lhe sufocar. Aos berros. É assim que Gal mantém a Tropicália na voz.
Gal rima com a tal, mas rima também com mal e com igual. Humana demasiada humana, a Gal que se apresenta e quer se corresponder com o outro, mulato e acultural, porque crente, aproxima-se do ouvinte por se revelar muito próxima deste ouvinte com sonhos de amor e liberdade para ser e afirmar o que se é. A sereia da pesada convida, de viés, o ouvinte a fazer o mesmo: a dizer quem é e ao que veio.
"Meu nome é Gal" é Gal Costa feita bicho. Solta e alucinada, porque consciente-de-si, vocalizando, subindo às oitavas, mostrando o poder de sua voz, sua vida. Como Caetano Veloso escreveu na contracapa do disco: "Ninguém pode deplorar o nosso Vale-Tudo: quando Gal canta, ele vale-nada. Gal explodiu sozinha. Só vale Gal. Eu sei que é assim". O nome da voz é Gal.
"Meu nome é Gal", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, do disco Gal Costa (1969), é a mais completa tradução do desejo e da prática de afirmação da vida: de ser dissonante, mas igual; e de romper com a imagem algo apolínea e asséptica do Brasil que a Ditadura Militar tentava impor.
É interesse observar que esta canção-presente não poderia vir de outros senão de Roberto e Erasmo, dupla rechaçada pelos nacionalistas de então. O recado de que "o amor é livre" ecoa quando o sujeito-Gal relaciona seus gostos e vontades.
Gal se torna a sereia de si: cria uma personagem que se mistura ao indivíduo social, borrando as fronteiras entre ficção e realidade; ou melhor, indiciando a contaminação que vai de uma para a outra instância.
Pela pluralidade de referências, a canção reforça o colorido do disco (atiçado já na capa psicodélica) e lança o ouvinte no turbilhão subjetivo (festa do interior) do sujeito que teima em reafirmar seu nome, diante de algo que tenta lhe sufocar. Aos berros. É assim que Gal mantém a Tropicália na voz.
Gal rima com a tal, mas rima também com mal e com igual. Humana demasiada humana, a Gal que se apresenta e quer se corresponder com o outro, mulato e acultural, porque crente, aproxima-se do ouvinte por se revelar muito próxima deste ouvinte com sonhos de amor e liberdade para ser e afirmar o que se é. A sereia da pesada convida, de viés, o ouvinte a fazer o mesmo: a dizer quem é e ao que veio.
"Meu nome é Gal" é Gal Costa feita bicho. Solta e alucinada, porque consciente-de-si, vocalizando, subindo às oitavas, mostrando o poder de sua voz, sua vida. Como Caetano Veloso escreveu na contracapa do disco: "Ninguém pode deplorar o nosso Vale-Tudo: quando Gal canta, ele vale-nada. Gal explodiu sozinha. Só vale Gal. Eu sei que é assim". O nome da voz é Gal.
***
Meu nome é Gal
(Roberto Carlos / Erasmo Carlos)
Meu nome é Gal
E desejo me corresponder
Com um rapaz que seja o tal
Meu nome é Gal
E não faz mal
Que ele não seja branco, não tenha cultura
De qualquer altura
Eu amo igual
Meu nome é Gal
E tanto faz que ele tenha defeito
Ou traga no peito
Crença ou tradição
Meu nome é Gal
Eu amo igual
Ah, meu nome é Gal
“Meu nome é Gal, tenho 24 anos
Nasci na Barra Avenida, Bahia
Todo dia eu sonho alguém pra mim
Acredito em Deus, gosto de baile, cinema
Admiro Caetano, Gil, Roberto, Erasmo,
Macalé, Paulinho da Viola, Lanny,
Rogério Sganzerla, Jorge Ben, Rogério Duprat,
Waly, Dircinho, Nando,
E o pessoal da pesada
E se um dia eu tiver alguém com bastante amor pra me dar
Não precisa sobrenome
Pois é o amor que faz o homem"
(Roberto Carlos / Erasmo Carlos)
Meu nome é Gal
E desejo me corresponder
Com um rapaz que seja o tal
Meu nome é Gal
E não faz mal
Que ele não seja branco, não tenha cultura
De qualquer altura
Eu amo igual
Meu nome é Gal
E tanto faz que ele tenha defeito
Ou traga no peito
Crença ou tradição
Meu nome é Gal
Eu amo igual
Ah, meu nome é Gal
“Meu nome é Gal, tenho 24 anos
Nasci na Barra Avenida, Bahia
Todo dia eu sonho alguém pra mim
Acredito em Deus, gosto de baile, cinema
Admiro Caetano, Gil, Roberto, Erasmo,
Macalé, Paulinho da Viola, Lanny,
Rogério Sganzerla, Jorge Ben, Rogério Duprat,
Waly, Dircinho, Nando,
E o pessoal da pesada
E se um dia eu tiver alguém com bastante amor pra me dar
Não precisa sobrenome
Pois é o amor que faz o homem"
3 comentários:
Oi Leo, achava que essa música era do disco "Gal Tropical", um dos meu favoritos, junto com "Gal Canta Caymmi". Ela deve ter regravado então. @br@ços!
Jeff, a canção foi lançada em 69.
Abraços
A regravação que a gal fez desta música em 79,é infinitamente melhor que essa de 69.A gal ótimizou o que era só bom.
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