Lupicínio Rodrigues é um cancionista que transita pela dor de cotovelo, aliás, como sugere o título do afetuoso livro da Rosa Dias: Lupicínio e a dor de cotovelo. Lupicínio dá voz a sujeitos que não negam a verdade da porção passional humana.
Daí, sem dúvidas, sua recepção com o público, pois, como Augusto de Campos afirmou: "para sua música-verdade, Lupicínio descobriu também uma voz-verdade". Há na performance vocal do cantor, na gestualidade de sua voz, algo que confere verdade ao que é dito, afastando-se do mero pieguismo forçado e se aproximando de sentimentos "reais" porque passíveis de ser experimentados por qualquer ouvinte, qualquer humano.
De fato, com letras carregadas daquele tipo de paixão que não teme dizer as loucuras que faz para ver o outro feliz, Lupicínio toca os sentidos invisíveis, mas sem perder a compostura, que nada tem a ver com dignidade.
A dor (ou melhor, quando o sujeito encontra forças para juntar o que restou de si) é transmitida sempre com elegância. E a maioria das canções de Lupicínio canta esse momento: a consciência dilacerante das etapas gastas do amor.
"Nunca", de Lupicínio Rodrigues, é um exemplo disso. Ressentido (com algo que o ouvinte não sabe ao certo o que é, mas supõe), o sujeito na duas primeiras partes da letra deixa a mágoa lhe dominar. Cada palavra parece ser usada para machucar o outro, em uma espécie de revide.
Na segunda parte, o sujeito já nem se dirige mais ao outro, pede à saudade (sempre ela) para transmitir o recado: o amor foi sincero, mas acabou. A saudade funciona como um detonador da vulnerabilidade do sujeito. É ela (alimentando a lembrança dos tempos de paz) que sustenta um coração sepultado.
Com excelente arranjo de Perinho Albuquerque, Zizi Possi gravou "Nunca" no disco Pedaço de mim (1979). A cantora imprimiu a passionalidade correta que a canção pedia e recolocou as palavras amarguradas do sujeito criado por Lupicínio nas rádios. Palavras que pensamos em dizer quando nos deixamos dominar pelo avesso do amor.
Daí, sem dúvidas, sua recepção com o público, pois, como Augusto de Campos afirmou: "para sua música-verdade, Lupicínio descobriu também uma voz-verdade". Há na performance vocal do cantor, na gestualidade de sua voz, algo que confere verdade ao que é dito, afastando-se do mero pieguismo forçado e se aproximando de sentimentos "reais" porque passíveis de ser experimentados por qualquer ouvinte, qualquer humano.
De fato, com letras carregadas daquele tipo de paixão que não teme dizer as loucuras que faz para ver o outro feliz, Lupicínio toca os sentidos invisíveis, mas sem perder a compostura, que nada tem a ver com dignidade.
A dor (ou melhor, quando o sujeito encontra forças para juntar o que restou de si) é transmitida sempre com elegância. E a maioria das canções de Lupicínio canta esse momento: a consciência dilacerante das etapas gastas do amor.
"Nunca", de Lupicínio Rodrigues, é um exemplo disso. Ressentido (com algo que o ouvinte não sabe ao certo o que é, mas supõe), o sujeito na duas primeiras partes da letra deixa a mágoa lhe dominar. Cada palavra parece ser usada para machucar o outro, em uma espécie de revide.
Na segunda parte, o sujeito já nem se dirige mais ao outro, pede à saudade (sempre ela) para transmitir o recado: o amor foi sincero, mas acabou. A saudade funciona como um detonador da vulnerabilidade do sujeito. É ela (alimentando a lembrança dos tempos de paz) que sustenta um coração sepultado.
Com excelente arranjo de Perinho Albuquerque, Zizi Possi gravou "Nunca" no disco Pedaço de mim (1979). A cantora imprimiu a passionalidade correta que a canção pedia e recolocou as palavras amarguradas do sujeito criado por Lupicínio nas rádios. Palavras que pensamos em dizer quando nos deixamos dominar pelo avesso do amor.
***
Nunca
(Lupicínio Rodrigues)
Nunca,
nem que o mundo caia sobre mim
nem se Deus mandar nem mesmo assim
as pazes contigo eu farei
Nunca,
quando a gente perde a ilusão
deve sepultar o coração
como eu sepultei
Saudade,
diga a essa moço por favor
como foi sincero o meu amor
quanto eu o adorei tempos atrás
Saudade,
não esqueça também de dizer
que é você quem me faz adormecer
pra que eu viva em paz
Nunca
(Lupicínio Rodrigues)
Nunca,
nem que o mundo caia sobre mim
nem se Deus mandar nem mesmo assim
as pazes contigo eu farei
Nunca,
quando a gente perde a ilusão
deve sepultar o coração
como eu sepultei
Saudade,
diga a essa moço por favor
como foi sincero o meu amor
quanto eu o adorei tempos atrás
Saudade,
não esqueça também de dizer
que é você quem me faz adormecer
pra que eu viva em paz
2 comentários:
eu adoro essa música e tenho uma interpretação muito particular dela e queria ver se combina com a sua.Se der, é claro!
Seria muita pretensão minha te pedir uma música? Se não, que tal O Bonde do Dom De Marisa, Brown e Arnaldo?
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