Camões cantou que "O amor é fogo que arde e não se sente". Na prática, o amor não deve ser entendido, até porque ele é algo que escapa à qualquer pensamento totalitário, ou à verdade. O amor é mutante e, como canta Zélia Duncan - em "Distração" -, "se você não se distrai o amor não chega".
Ou seja, é no acaso, nas frestas e nos lapsos de atenção que o amor acontece. Portanto, amar não é fazer favor nenhum, pois não há controle sobre o amor.
Claro que esta é uma visão um tanto romântica do amor e das relações que dele surgem, mas é neste mote que nossa canção, em geral, bebe, se embriaga e nos ressaca.
O acaso, como sinônimo de algo mítico e intocável, alimenta as esperanças (por momentos melhores), mas também assusta, daí porque, como Ferreira Gullar já apontou, "o homem sobre a terra luta para neutralizar o acaso". Ou seja, "há um lado carente dizendo que sim e essa vida da gente gritando que não". Desde modo, rimar amor e dor, vira regra.
Quem inventou o amor? Não fui eu nem ninguém. O amor acontece na vida, como canta o sujeito de "Nem eu" (Gal canta Caymmi, 1976 - um dos mais belos discos de nossa canção). Só não se pode deixar que o acaso vire espera e sufoque. Assusta pensar que somos brinquedos nas mãos do acaso, mas, façamos, vamos amar.
Claro que esta é uma visão um tanto romântica do amor e das relações que dele surgem, mas é neste mote que nossa canção, em geral, bebe, se embriaga e nos ressaca.
O acaso, como sinônimo de algo mítico e intocável, alimenta as esperanças (por momentos melhores), mas também assusta, daí porque, como Ferreira Gullar já apontou, "o homem sobre a terra luta para neutralizar o acaso". Ou seja, "há um lado carente dizendo que sim e essa vida da gente gritando que não". Desde modo, rimar amor e dor, vira regra.
Quem inventou o amor? Não fui eu nem ninguém. O amor acontece na vida, como canta o sujeito de "Nem eu" (Gal canta Caymmi, 1976 - um dos mais belos discos de nossa canção). Só não se pode deixar que o acaso vire espera e sufoque. Assusta pensar que somos brinquedos nas mãos do acaso, mas, façamos, vamos amar.
***
Nem eu (Dorival Caymmi)
Não fazes favor nenhum
Em gostar de alguém
Nem eu, nem eu, nem eu
Quem inventou o amor não fui eu
Não fui eu, não fui eu
Não fui eu nem ninguém
O amor acontece na vida
Estavas desprevenida
E por acaso eu também
E como o acaso é importante, querida
De nossas vidas a vida
Fez um brinquedo também
Não fazes favor nenhum
Em gostar de alguém
Nem eu, nem eu, nem eu
Quem inventou o amor não fui eu
Não fui eu, não fui eu
Não fui eu nem ninguém
Nem eu (Dorival Caymmi)
Não fazes favor nenhum
Em gostar de alguém
Nem eu, nem eu, nem eu
Quem inventou o amor não fui eu
Não fui eu, não fui eu
Não fui eu nem ninguém
O amor acontece na vida
Estavas desprevenida
E por acaso eu também
E como o acaso é importante, querida
De nossas vidas a vida
Fez um brinquedo também
Não fazes favor nenhum
Em gostar de alguém
Nem eu, nem eu, nem eu
Quem inventou o amor não fui eu
Não fui eu, não fui eu
Não fui eu nem ninguém
Um comentário:
Realmente,este disco é lindo,essa música é linda,e seu texto também é lindo.O que seria da vida sem a beleza?
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