"Ronda" é um clássico da boemia paulista, e universal. A canção fotografa a noite vazia de um sujeito entregue ao abandono. E o interessante é que só no último verso temos a marca de que a cena se passa em São Paulo.
A letra e a melodia arrastada iconizam a fossa do sujeito - ícone, aliás, registrado na concepção da capa do disco de Márcia (Ronda, 1977).
Márcia - com a escola do canto das casas noturnas - força nos alongamentos vocálicos e no timbre abatido, a fim de materializar a dor do sujeito da canção e deixa-la o mais próximo possível do ouvinte.
A ronda noturna, movida a bebidas (de bar em bar), é a metáfora da obsessão de um sujeito que não tem quem o quer. Eis o motivo clássico para o porre boêmio, eternizado por Paulo Vanzolini.
Apenas o sonho é capaz de unir o sujeito ao seu objeto de desejo. No caso, podemos pensar que é a própria canção que faz os dois se aproximarem. Porém, acordado, o sujeito percebe a verdade desilusória e sai à busca (inútil ou não) do outro.
O crime passional, ápice do desespero de quem não compreende a impossiblidade do amor, também aponta para a passionalização que atravessa toda a canção.
A cena de sangue é a representação de algo que mina e perfura do coração do sujeito: "te procurar sem encontrar".
Márcia - com a escola do canto das casas noturnas - força nos alongamentos vocálicos e no timbre abatido, a fim de materializar a dor do sujeito da canção e deixa-la o mais próximo possível do ouvinte.
A ronda noturna, movida a bebidas (de bar em bar), é a metáfora da obsessão de um sujeito que não tem quem o quer. Eis o motivo clássico para o porre boêmio, eternizado por Paulo Vanzolini.
Apenas o sonho é capaz de unir o sujeito ao seu objeto de desejo. No caso, podemos pensar que é a própria canção que faz os dois se aproximarem. Porém, acordado, o sujeito percebe a verdade desilusória e sai à busca (inútil ou não) do outro.
O crime passional, ápice do desespero de quem não compreende a impossiblidade do amor, também aponta para a passionalização que atravessa toda a canção.
A cena de sangue é a representação de algo que mina e perfura do coração do sujeito: "te procurar sem encontrar".
***
Ronda (Paulo Vanzolini)
De noite eu rondo a cidade
A te procurar sem encontrar
No meio de olhares espio em todos os bares
Você não está
Volto pra casa abatida
Desencantada da vida
O sonho alegria me dá
Nele você não está
Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse
Esse alguém me diria
Desiste, esta busca é inútil
Eu não desistia
Porém, com perfeita paciência
Volto a te buscar
Hei de encontrar
Bebendo com outras mulheres
Rolando um dadinho
Jogando bilhar
E neste dia então
Vai dar na primeira edição
Cena de sangue num bar
Da avenida São João
Ronda (Paulo Vanzolini)
De noite eu rondo a cidade
A te procurar sem encontrar
No meio de olhares espio em todos os bares
Você não está
Volto pra casa abatida
Desencantada da vida
O sonho alegria me dá
Nele você não está
Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse
Esse alguém me diria
Desiste, esta busca é inútil
Eu não desistia
Porém, com perfeita paciência
Volto a te buscar
Hei de encontrar
Bebendo com outras mulheres
Rolando um dadinho
Jogando bilhar
E neste dia então
Vai dar na primeira edição
Cena de sangue num bar
Da avenida São João
2 comentários:
Acho essa música o máximo!
Adorei seu blog, letras clássicas de músicas lindas, são como poemas cheios de melodia...demais!!!
Postar um comentário