Registrada no disco Emílio Santiago (1998), a canção "Lembra de mim", de Vitor Martins e Ivan Lins, trabalha com a reiteração do pedido-título: o sujeito pede o não esquecimento de si, pelo outro. Para isso, canta.
O sujeito prolifera uma cadeia de significantes (imagens/lembranças) que o mantém vivo na memória do outro. A cada novo parágrafo, sempre começando com a expressão "lembra de mim", o sujeito plasma a imagem, força uma sensação que, por sua vez, presentifica o sujeito da canção no outro, que ouve.
Sedutor, o sujeito, óbvio, só retoma imagens da beleza do amor: dos encontros arrebatadores entre os amantes. Um tempo feliz que, nós ouvintes, não sabemos porque ficou no passado, já que, ao que parece, foi tão intenso.
A intenção de documentar (inventariar) o afeto é conseguida com sucesso. Os exemplos das demonstrações da relação amorosa causam inveja em qualquer ouvinte. O sujeito usa isso em seu benefício; para se manter no lado bom das lembranças do outro.
Se cantar é rezar duas vezes, cantar o amor é amar mais do que o amor é capaz. Esta sugestão do sujeito de "Lembra de mim" persuade seu destinatário. Coloca as personagens perto daqui (um do outro), pela reintrodução de tempos (felizes) atrás.
Este canto reafirma um amor que se autoreafirmava (a cada encontro dos amantes) ao luar (lua dos amantes). Mesmo que isso signifique sofrer (já que o tempo bom passou), lembrar do seu cantor (do sujeito da canção) dá vida ao destinatário de "Lembra de mim".
"Saudade até que é bom, é melhor que caminhar sozinho", aponta, de viés, o sujeito da canção. Lembrar o passado (bom: dos dois) é alentar o presente (supostamente, mau: pela distância - física - entre as personagens).
O sujeito prolifera uma cadeia de significantes (imagens/lembranças) que o mantém vivo na memória do outro. A cada novo parágrafo, sempre começando com a expressão "lembra de mim", o sujeito plasma a imagem, força uma sensação que, por sua vez, presentifica o sujeito da canção no outro, que ouve.
Sedutor, o sujeito, óbvio, só retoma imagens da beleza do amor: dos encontros arrebatadores entre os amantes. Um tempo feliz que, nós ouvintes, não sabemos porque ficou no passado, já que, ao que parece, foi tão intenso.
A intenção de documentar (inventariar) o afeto é conseguida com sucesso. Os exemplos das demonstrações da relação amorosa causam inveja em qualquer ouvinte. O sujeito usa isso em seu benefício; para se manter no lado bom das lembranças do outro.
Se cantar é rezar duas vezes, cantar o amor é amar mais do que o amor é capaz. Esta sugestão do sujeito de "Lembra de mim" persuade seu destinatário. Coloca as personagens perto daqui (um do outro), pela reintrodução de tempos (felizes) atrás.
Este canto reafirma um amor que se autoreafirmava (a cada encontro dos amantes) ao luar (lua dos amantes). Mesmo que isso signifique sofrer (já que o tempo bom passou), lembrar do seu cantor (do sujeito da canção) dá vida ao destinatário de "Lembra de mim".
"Saudade até que é bom, é melhor que caminhar sozinho", aponta, de viés, o sujeito da canção. Lembrar o passado (bom: dos dois) é alentar o presente (supostamente, mau: pela distância - física - entre as personagens).
***
Lembra de Mim
(Vitor Martins / Ivan Lins)
Lembra de mim
Dos beijos que escrevi
Nos muros a giz
Os mais bonitos
Continuam por lá
Documentando
Que alguém foi feliz
Lembra de mim
Nós dois nas ruas
Provocando os casais
Amando mais
Do que o amor é capaz
Perto daqui
Há tempos atrás
Lembra de mim
A gente sempre
Se casava ao luar
Depois jogava
Os nossos corpos no mar
Tão naufragados
E exaustos de amar
Lembra de mim
Se existe um pouco
De prazer em sofrer
Querer te ver
Talvez eu fosse capaz
Perto daqui
Ou tarde demais
Lembra de mim
Lembra de Mim
(Vitor Martins / Ivan Lins)
Lembra de mim
Dos beijos que escrevi
Nos muros a giz
Os mais bonitos
Continuam por lá
Documentando
Que alguém foi feliz
Lembra de mim
Nós dois nas ruas
Provocando os casais
Amando mais
Do que o amor é capaz
Perto daqui
Há tempos atrás
Lembra de mim
A gente sempre
Se casava ao luar
Depois jogava
Os nossos corpos no mar
Tão naufragados
E exaustos de amar
Lembra de mim
Se existe um pouco
De prazer em sofrer
Querer te ver
Talvez eu fosse capaz
Perto daqui
Ou tarde demais
Lembra de mim
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