
Rodrigo Faour, no livro História sexual da MPB, lembra que Gal Costa "abriu caminho para várias gerações de cantoras mais liberadas e sensuais na MPB". De fato, capas com nossas sereias em poses sensuais surgiram à mancheia. Podia-se, então, cantar usando o corpo.
Lógico, basta lembrar o contexto histórico-político do lançamento, "a capa de seu LP Índia foi censurada e vinha envolta num plástico preto": Clara (obscura) contradição de um país que, pela truculência, tentava impor a "civilização". Haveria, portanto, para tal pensamento tacanho, algo mais incivilizado que a imagem de uma índia expondo em close sua beleza (quase) nua? A tanga de Gal desconsertava nossas meias verdades tupis.
A primeira faixa do disco é a canção-título: "Índia" (José A. Flores / Manuel O. Guerrero / José Fortuna). A adaptação de uma canção paraguaia, com arranjos do maestro Rogério Duprat (um dos responsáveis pela antropofagia musical da Tropicália), canta a possibilidade da separação entre o sujeito e sua musa de sangue tupi e cheiro de flor.
A canção figurativiza (desenha) a índia do título. Os traços corporais (cabelos, lábios, olhos, pele) fotografam aquilo que seduz o sujeito. E Gal, índia paraguaia, em timbre meloso, expõe a angustia do sujeito que entrever a separação de seu bem-querer; e que intenciona ficar com o gosto da musa nos lábios. Lábios que cantam a índia, todo o Paraguai.
Lógico, basta lembrar o contexto histórico-político do lançamento, "a capa de seu LP Índia foi censurada e vinha envolta num plástico preto": Clara (obscura) contradição de um país que, pela truculência, tentava impor a "civilização". Haveria, portanto, para tal pensamento tacanho, algo mais incivilizado que a imagem de uma índia expondo em close sua beleza (quase) nua? A tanga de Gal desconsertava nossas meias verdades tupis.
A primeira faixa do disco é a canção-título: "Índia" (José A. Flores / Manuel O. Guerrero / José Fortuna). A adaptação de uma canção paraguaia, com arranjos do maestro Rogério Duprat (um dos responsáveis pela antropofagia musical da Tropicália), canta a possibilidade da separação entre o sujeito e sua musa de sangue tupi e cheiro de flor.
A canção figurativiza (desenha) a índia do título. Os traços corporais (cabelos, lábios, olhos, pele) fotografam aquilo que seduz o sujeito. E Gal, índia paraguaia, em timbre meloso, expõe a angustia do sujeito que entrever a separação de seu bem-querer; e que intenciona ficar com o gosto da musa nos lábios. Lábios que cantam a índia, todo o Paraguai.
***
Índia
(José A. Flores / Manuel O. Guerrero / José Fortuna)
Índia, teus cabelos nos ombros caídos
Negros como as noites que não têm luar
Teus lábios de rosa para mim sorrindo
E a doce meiguice desse teu olhar
Índia da pele morena
Tua boca pequena eu quero beijar
Índia, sangue tupi
Tens o cheiro da flor
Vem que eu quero te dar
Todo meu grande amor
Quando eu for embora para bem distante
E chegar a hora de dizer-te adeus
Fica nos meus braços só mais um instante
Deixa os meus lábios se unirem aos teus
Índia, levarei saudades
Da felicidade que você me deu
Índia, a tua imagem
Sempre comigo vai
Dentro do meu coração
Todo meu Paraguai
Todo meu Paraguai
Todo meu Paraguai
Índia
(José A. Flores / Manuel O. Guerrero / José Fortuna)
Índia, teus cabelos nos ombros caídos
Negros como as noites que não têm luar
Teus lábios de rosa para mim sorrindo
E a doce meiguice desse teu olhar
Índia da pele morena
Tua boca pequena eu quero beijar
Índia, sangue tupi
Tens o cheiro da flor
Vem que eu quero te dar
Todo meu grande amor
Quando eu for embora para bem distante
E chegar a hora de dizer-te adeus
Fica nos meus braços só mais um instante
Deixa os meus lábios se unirem aos teus
Índia, levarei saudades
Da felicidade que você me deu
Índia, a tua imagem
Sempre comigo vai
Dentro do meu coração
Todo meu Paraguai
Todo meu Paraguai
Todo meu Paraguai
Olá, ouvi sua entrevista no Chat MPB. Achei tão interessante seu projeto de 365 música (principalmente por serem as da rádio MPB FM). Ouço a MPB no trabalho todos os dias rs Eu tenho um espaço na internet sobre artes em geral (principalmente Música e Cinema). Abro um espaço pros cantores e bandas do cenário mais independente ou até mesmo os que estão no caminho há algum tempo, contudo não tem o devido espaço da mídia. Como o Rubi e a Nô Stopa, conhece o trabalho deles? Aliás, tem uma entrevista da Nô lá no meu blog, se quiser conferir será bem recebido. Queeria trocar algumas figurinhas musicais com você. Conhece Filipe Catto? Ele é de Porto Alegre. Primoroso e disponibiliza seu EP pela internet. Bem, tenho outros nomes, mas já me alonguei por demais rs
ResponderExcluirA Gal regravou esta música em 79,ela conseguiu melhorar o que já era bom.
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